A personalidade da marca permite maior identificação com seus clientes
Assim como em qualquer relacionamento, o que acontece entre uma marca e seus clientes tem muito a ver com suas personalidades. Se o cliente não se identifica com a personalidade da marca, muito provavelmente não vai gostar de consumi-la.
Pensando nas empresas mais reconhecidas do mundo, grande parte delas tem traços de personalidade humana em seu posicionamento. Essa tática facilita nas relações, pois pode aproximar ou afastar um cliente, criar encantamento ou repúdio, enfim, vai facilitar o entendimento de ambas as partes sobre o porquê essa relação dá certo ou não.
Mais que isso, a personalidade da marca vai colaborar para outros processos práticos da empresa em seu processo de identidade. Portanto é com ela que se dá o tom de voz para comunicação da marca, segmentação e diferenciação para encontrar o posicionamento, criação de identidades visual e verbal etc.
Assim para definir sua personalidade, alguns testes podem ser usados, os mesmos testes para descobrir a personalidade de uma pessoa. Mas antes, vale saber algumas dicas para iniciar esse processo:
- Conte uma história sobre sua marca, pois elas podem se tornar conceitos. Produção de conteúdo e storytelling são armas poderosas para isso;
- Invista em conteúdo provocativo, de forma que ele se destaque em meio a tanta informação circulando pela atualidade, mas com cuidado para que não seja apelativo, pois pode causar efeito reverso;
- Defenda seu ponto de vista, mostre o que a empresa gosta, faz e acredita, e isso pode valer para várias esferas da sociedade e não somente o segmento de seu produto ou serviço, reforçando a personalidade da marca.
Teste de eneagrama
Agora, para descobrir a personalidade da marca, testes fáceis conseguem traçar um perfil psicológico e levar a essa identificação. Aqui na Agência Platz, por exemplo, nós utilizamos o teste do eneagrama.
E por que esse teste? Para explicar, entenda que o eneagrama é uma figura geométrica de nove pontas que funciona como símbolo processual. Pode ser usado na compreensão e estudo de qualquer processo contínuo, uma vez que, em sua lógica, o fim é sempre o início de um novo ciclo. Em 1970, o psiquiatra Claudio Naranjo correlacionou os tipos do eneagrama às características psiquiátricas e montou um sistema de tipologias. Desde então, passou-se a usar esse sistema para a gestão emocional e o desenvolvimento humano.
O teste descreve nove emoções humanas, cada uma relacionada a um padrão de comportamento. Ele identifica o estilo de atuação, os elementos motivadores e desmotivadores para indivíduos e equipes profissionais, além das próprias empresas.
Conheça agora um pouco de cada uma das nove personalidades identificadas pelo teste:
✔ Tipo 1: O perfeccionista
São centrados na ação, têm um senso prático exigente, que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. O vício emocional é a raiva, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude esforçada e autoimagem virtuosa. Vale muito para o setor de contabilidade e financeiro. Se adaptam ao alto nível de exigência.
✔ Tipo 2: O prestativo
São centradas na emoção, têm uma percepção aguda dos outros, tornando-se conquistadoras. O vício emocional é o orgulho, que, inconsciente, se justifica com atitude solícita e autoimagem bem-intencionada. É sustentado por um comportamento baseado na sensação de autossuficiência e capacidade. Encontra-se esse perfil ligado a vendas, RH, secretariado e áreas assistenciais.
✔ Tipo 3: O bem-sucedido
São centradas na ação ou no planejamento, visando reconhecimento e têm uma visão mercantilista que os guia na sua perseguição pelo sucesso. O vício emocional é a vaidade. São aficionadas pelo resultado, estressando todos ao seu redor em nome de uma excelência. Se dão bem com áreas com possibilidades de crescimento, como vendas, advocacia, administração, autônomos, consultoria e assessorias.
✔ Tipo 4: O romântico
Pessoas centradas na emoção, sensíveis ao ambiente e emocionalmente instáveis. O vício emocional é a inveja e se justifica pela atitude insatisfeita e autoimagem de singularidade. A inveja é a emoção mais incompreendida, agravando a dificuldade dos românticos em se identificarem no eneagrama. Nas empresas, o tipo 4 normalmente é ligado a áreas de criatividade e originalidade, como estilismo, decoração, psicologia e jornalismo
✔ Tipo 5: O observador
As pessoas do tipo 5 são centradas na mente, com uma curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. O vício emocional é a avareza e vem do não-envolvimento, como se preferisse estar em segundo plano. No mundo corporativo, a ligação é com áreas de planejamento, como engenharias, pesquisa e informática.
✔ Tipo 6: O questionador
Centradas na ação ou na emoção, visando o controle, atentas e desconfiadas, embora não necessariamente expressem isso. O vício emocional é o medo e revela pessoas ansiosas. Normalmente ligados às gerências de pessoas e procedimentos, em produção, financeiro e RH. Encontrados em lideranças, assumindo riscos como colaboradores ou empresários.
✔ Tipo 7: O sonhador
Têm uma agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, dando prioridade ao prazer. O vício emocional é a gula, e se relaciona ao improvisador. Se ligam às áreas sem rotina, como marketing, vendas, planejamento e negociação, sempre com otimismo e criatividade
✔ Tipo 8: O confrontador
Os tipo 8 têm facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização. O vício emocional é a luxúria, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude dominadora e autoimagem realizadora. São ligados à liderança e empresas megalômanas, que crescem rapidamente.
✔ Tipo 9: O preservacionista
Pessoas com atitude mediadora e que dão prioridade ao bem comum. O vício emocional é a indolência, mas de autoimagem conciliadora. Aparecem em variados setores pela facilidade de adaptação, principalmente para setores administrativos, de secretariado, atendimento ao público e auxiliares.
Os benefícios de ter a personalidade da marca definida
A definição de uma personalidade para a marca traz diversos benefícios, principalmente se essa definição for bem feita. Veja alguns dos pontos positivos que podem ser alcançados através dela.
Maior engajamento e fidelidade
Ao criar uma forma de se expressar e se comunicar, a tendência é criar um relacionamento mais consistente com as pessoas. Como consequência, as pessoas passarão a prestar mais atenção no que sua marca diz e faz.
Ou seja, tanto os seus clientes quanto os potenciais clientes estarão mais engajados, aumentando também a fidelidade.
Este benefício pode ser desfrutado em diversos locais, como nas redes sociais, por exemplo. A partir desta identificação maior, a tendência é que as pessoas se sintam mais à vontade para interagir com os posts, curtindo, compartilhando e enviando para as pessoas que podem gostar do seu conteúdo.
No entanto, existe um ponto fundamental: ter a personalidade da marca bem definida não basta. Os conteúdos que você entrega também precisam ser de qualidade, bem como os produtos ou vendidos que vende.
Mais relevância e alcance
Atualmente as redes sociais funcionam baseadas em algoritmos. Um dos principais exemplos é a compreensão do que está gerando maior engajamento e o aumento do alcance destas publicações. A lógica é: se muitas pessoas estão interagindo, isso é importante. E então o conteúdo chega em mais pessoas.
Ao gerar mais engajamento com o que você produz, o seu alcance aumenta. Tanto a partir dos algoritmos quanto a partir dos compartilhamentos entre os admiradores da sua e quem ainda não a conhece.
A internet está cheia de conteúdos e a concorrência é grande. É absolutamente natural que postagens não cheguem a 100% dos seguidores, por exemplo.
Por isso, com a personalidade da marca bem estruturada você pode romper essa barreira e dar motivos para que o que você produz chegue até as pessoas.
Sintonia com a parte visual
O conceito de personalidade da marca está totalmente ligado ao fator visual dela. Por isso é recomendado que ela seja definida antes da criação da identidade visual.
Marcas como Nubank, Coca, Itaú e várias outras se comunicam de maneira forte, utilizando a personalidade da marca também em suas cores, por exemplo.
Na comunicação e no marketing, tudo aquilo que faz sentido é mais forte. Portanto, a tradução da personalidade em aspectos como o visual ajudam a sedimentar quem a sua marca realmente é, e principalmente quem ela quer ser.
Mais resultados e retornos nas suas ações
Já que a definição da personalidade da marca gera maior identificação entre a empresa e o público, é esperado que elas gostem de acompanhar seus movimentos, suas ações.
Por isso, podemos dizer que, com uma personalidade de marca bem trabalhada, suas ações de marketing e demais comunicações obterão maior resultado e visibilidade.
Tudo isso parte do pressuposto da criação de um interesse, que tem como base a identificação. É desse modo que o público se sentirá instigado a conhecer a sua solução, seja ela um produto ou serviço, uma vez que já conhece a sua essência
Coerência e padronização a partir da personalidade da marca
Pense em uma pessoa. Ela tem seu próprio jeito de falar, se vestir, seus costumes, hobbies, etc
Com uma marca acontece o mesmo.
Ao definir como base a personalidade da marca, todas as suas ações terão um caminho indicado. O tom de voz, as cores, a forma de se comportar perante o público.
Desse modo um padrão é criado, e tudo o que surge possui coerência.
A criação de um personagem
Depois de definir a personalidade da marca, pode surgir a dúvida sobre a criação de um personagem que a simbolize.
Muitas empresas têm cases famosos de criação de personagens, como o McDonald’s com o Ronald McDonald e a Kelloggs com o Tony The Tiger. Mas essa não é uma tarefa obrigatória.
Um personagem pode ajudar a persuadir ainda mais o público e criar uma relação ainda mais próxima, mas ele não é necessário.
Uma prática comum é a definição de uma Brand Persona, ou seja, definir um perfil pessoal para o tom de voz que a empresa usará.
Uma persona é um perfil semi-ficcional baseado em características pontuais, como idade, grau de escolaridade, profissão, características de comportamento e outros.
Tudo isso é definido a partir da pergunta “a quem o seu público dá ouvidos?“.
Pois bem, no caso de uma corretora de investimentos, o público da empresa optaria por acompanhar uma pessoa de 33 anos, formada em economia e que costuma ler livros e conteúdos sobre a bolsa de valores ou uma de 65 formada em direito, cujo hobbie é escrever romances?
Ambas têm suas qualidades, mas o público concederá sua atenção àquela que imagina fazer mais sentido, que transmite autoridade no assunto em questão. Neste caso, o economista.
O impacto da personalidade da marca para uma empresa
Você já pôde entender como a personalidade da marca é útil no desenvolvimento da comunicação de uma marca com o seu público. Mas, além disso, ela tem impacto direto no início do desenvolvimento de uma boa estratégia de comunicação e de marketing.
Com ela é possível manter os valores e a cultura da empresa em tudo o que for produzido, deixando clara ao mundo qual a identidade dela.
A personalidade está inserida em tudo! Ela está na forma de escrever, nos aspectos visuais, na estética das artes, na forma de abordar cada conteúdo dentre de um blog, por exemplo. Ou seja, ela é a base para todas as ações que serão executadas depois de sua criação, gerando a padronização e coerência que falamos há pouco.
Podemos concluir que a personalidade da marca é um dos fatores-chave na busca por bons resultados. Isso porque ela é, não só a primeira, mas a impressão geral que será causada em cada pessoa que tiver contato com ela.
Sendo assim, ela será a responsável por fazer brilhar os olhos dos consumidores e também por se destacar perante os concorrentes.
Justamente por isso, é fundamental muita cautela, profissionalismo e experiência para a definição de uma personalidade de marca.
Estudos profundos sobre a empresa precisam ser realizados, sobre os concorrentes, público, mercado, produtos ou serviço e muito mais.
Dessa forma ela pode ser o início de uma estratégia bem sucedida, onde os bons resultados serão inevitáveis.
Gostou de conhecer mais sobre personalidade de marca? Continue lendo nossos textos de blog!
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