Humanos sentem 10 mil cheiros e guardam 35% deles; no marketing, esses números são valiosos
Aquele cheirinho de café, cheiro de praia, fumacinha de um bolo saído do forno, carro novo… alguns aromas ficam na nossa memória e trazem boas sensações, não é?
A ciência explica: a identidade olfativa como a mais primitivo dos sentidos e envolve mil genes do corpo humano. Cerca de 60% deles estão inativos hoje, mas mesmo assim uma pessoa pode distinguir cerca de 10 mil odores.
De todos os cheiros que passam por nossa vida, 35% deles ficam gravados na memória. Um número incrível, ainda mais se comparado aos outros sentidos. Apenas 5% do que se vê fica gravado por mais tempo, 2% do que se ouve e apenas 1% do que se toca, é o que mostra um estudo da Universidade Rockefeller, de Nova York.
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O poder do olfato não passa batido no marketing emocional e é por isso que está crescendo a tendência da identidade olfativa. Muitas marcas pelo mundo já utilizam essa estratégia que tem conquistado as empresas brasileiras também.
Marketing olfativo
A maior parte das empresas baseia sua identidade na imagem (com logotipos e logomarcas, cores e design) e no som (jingle, fundo musical ou melodia de um anúncio, por exemplo). Algumas apostam na identidade verbal e na forma como vai se comunicar com o cliente, mas poucas sabem da importância em se explorar a identidade olfativa.
Essa necessidade é ainda mais evidente em um momento em que a jornada do cliente não se resume apenas à qualidade do produto ou serviço, nem ao custo-benefício, mas sim à experiência vivida para essa compra. Uma experimentação agradável e memorável vende mais do que bons preços hoje em dia. Oferecer uma experiência completa é o que vai fazer a diferença.
Como já se sabe, o sentido com mais memória é o olfativo pode ser decisivo na hora da compra. Mexer com a emoção do consumidor é um excelente caminho para fechar um negócio e, com o aroma certo, esse processo pode ser muito mais rápido.
O marketing emocional, vindo do neuromarketing, parte da premissa de que tudo tem seu cheiro. Os lugares, as pessoas e até os objetos têm seu próprio aroma. Se é assim, lembrar do cheirinho da loja ou do produto adquirido e, mais que isso, remeter esse cheiro a bons momentos, vai ajudar na fidelização desse cliente.
Quem usa a marca olfativa?
Os EUA e o Japão são os países onde existem mais marcas olfativas. Nessas duas potências econômicas, muitas empresas já investem há algum tempo em identidade olfativa e criam seu próprio cheiro. Até as lojas têm seu cheiro próprio.
A Disney utiliza essa estratégia há anos em seus parques temáticos. Além de dar às salas de filme de ação um cheiro de pólvora, ela espalhou pelas ruas dos parques o cheiro de pipoca, o que abre o apetite de seus visitantes. O sucesso foi tanto que ela foi copiada por hotéis de luxo, redes de restaurantes, marcas de carros e até companhias aéreas.
No Brasil, isso é recente e mais visto nos shoppings, onde é normal ser atraído pelos aromas de algumas lojas.
Efeitos da identidade olfativa
Os odores são percebidos de maneiras diferentes pelas pessoas. Homens, mulheres, crianças e idosos, de onde eles vêm e como cresceram, tudo interfere na percepção dos cheiros. Isso torna a missão de criar um cheiro exclusivo ainda mais difícil. Mas vale a pena.
O efeito de uma ação de marketing olfativo é imediato, com retorno de até 20% a mais nas vendas. Com um aroma característico, a permanência do cliente no local sobe em média 16% e a compra efetiva cresce 15%.
Esses números são uma média mundial, mas no Brasil estima-se que esse retorno é possa chegar a até 40%.
O desenvolvimento das fragrâncias deve ser feito por um especialista a partir de um briefing com a empresa. Procure por perfumistas para que possam lhe ajudar nessa jornada.