A construção de uma marca sonora faz toda a diferença para identificação dos clientes
Não é só de imagem que vive uma empresa. Encontrar sua marca sonora é fundamental na hora de criar a identidade e definir seu posicionamento no mercado. No marketing, muito se fala em sound brand e é um conceito que visa o reconhecimento da marca logo ao escutar um som característico.
Talvez o exemplo mais popular dessa técnica é o “Plim Plim” da Rede Globo. Praticamente todos os brasileiros conhecem esse som e já sabem que a televisão está ligada no canal sem mesmo precisar olhar para a tela.
Esse é o objetivo principal da criação de uma marca sonora, a identificação instantânea do cliente. Mas esse processo não é uma missão fácil.
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O marketing sensorial está diretamente envolvido nesse processo, assim como quando falamos de marca olfativa, pois ele cria um relacionamento emocional do cliente com a empresa, seus produtos e serviços.
Vamos começar lembrando que a identidade sonora é o conjunto de processos e estratégias que utiliza sons (organizados ou não em estruturas musicais) para atrair e fidelizar o consumidor.
O projeto para criação dessa marca sonora começa como qualquer processo de estruturação de branding. Em resumo, começa-se com estudo da marca, definição de público-alvo, criação de propósito e pesquisa a respeito do cenário em que está posicionada a empresa.
Na hora de criar esse perfil, a empresa precisa, de fato, ser considerada uma pessoa. Qual estilo de música combina mais com ela? Há algum artista que sirva de referência? É dessa forma que se consegue tocar o cliente.
Porém, não pode-se esquecer que criar um sound branding é muito mais do que isso. Os sons devem ser pensados para as mais variadas situações e locais, desde a chamada em espera no telefone até nas campanhas publicitárias, pontos de venda etc.
Pensando no som
A marca sonora não está exclusivamente ligada aos sons publicitários, como o jingle ou vinhetas. Os barulhinhos que fazem os aparelhos eletrônicos quando ligam são característicos das marcas.
Um exemplo brilhante é o da Apple. Outro som que se tornou objeto de desejo para amantes de carros é o ronco do motor de um Mustang. Ele foi planejado pela Ford para criar uma experiência diferenciada para os proprietários do icônico carro.
Outro ponto que pode ser trabalhado quando se pensa na marca sonora é o patrocínio de eventos musicais. Fazendo uma comparação fora do assunto, a Red Bull patrocina eventos de esportes radicais, pois é posicionada com o tema de ação, adrenalina.
O mesmo vale para a identidade sonora: se em seu posicionamento, você descobriu que a marca é mais clássica, não combina patrocinar um show de samba ou se aparece com uma pegada mais “bruta” pode investir em eventos de rock.
Já ouviu falar em lixo sonoro?
O lixo sonoro é basicamente todo tipo de áudio que não serve aos propósitos e objetivos da marca. Muitos pensam em inúmeros “barulhos” para sua marca, mas, em geral, eles são excessivos.
A máxima de que “menos é mais” vale também para a identidade sonora da marca. Não adianta criar diferentes sons, pensar em playlists espetaculares para os pontos de venda se nada disso reflete exatamente a alma da marca.
O efeito pode ser contrário, portanto, exclua todos os elementos que não mostrem exatamente quem a marca é.
Audiovisual ainda privilegia mais o visual
Quando se fala em audiovisual, imagina-se que o áudio ocupa 50% do trabalho e o visual corresponde à outra metade. Muitas empresas, porém, dedicam mais tempo ao visual, sem perceber a importância da marca sonora para seus clientes.
Um erro bastante comum na criação de identidade de marca, mas que deve ficar no passado. Há alguns estudos que mostram que uma loja pode perder 28% das vendas em função de sons inapropriados no ambiente. Com os funcionários, esse prejuízo pode ser maior: se estiverem incomodados com o som, podem perder até 60% de produtividade.
Music branding
Não confunda sound branding com music branding. Um complementa o outro. O music branding faz parte do estudo das músicas que integrarão o sound branding. É responsável pela criação dos setlists e playlists que apresentarão a identidade sonora no som de lojas, por exemplo.