A rede social não acabou, mas sua relação com o mundo corporativo vai ter que mudar
Em janeiro de 2018, veio o anúncio de que estavam por vir mudanças no Facebook. A empresa deixou claro que iria privilegiar as pessoas em detrimento de postagens de empresas e meios de comunicação. A relação das empresas com as redes sociais vai ter que mudar.
Adam Mosseri, head de news feed da empresa, foi direto quando informou que o Facebook, a partir daquele momento, mostraria menos conteúdo público. Isso inclui vídeos e posts publicados por editores e empresas.
O fundador e CEO da empresa, Mark Zuckerberg justificou dizendo que as empresas estão “lotando os momentos pessoais que nos conectam mais às outras pessoas”. Disse que essa era uma reclamação de seus usuários. “Uma vez que há mais conteúdo público do que posts de amigos e da família, o feed afastou-se da coisa mais importante que o Facebook pode fazer: ajudar a nos conectarmos uns com os outros”.
Seria esse o fim da rede social? E talvez das redes sociais, já que o Facebook é a maior. E a que dá direcionamentos às outras sobre tendências e comportamento dos usuários. A resposta, muito provavelmente, é “ainda não”.
A rede está se reinventando e oferecendo possibilidades para que todos a utilizem da maneira mais adequada. Hoje, se a empresa quer aparecer no feed de seu consumidor, o caminho mais curto é investir nos posts patrocinados. Esse é também o modo mais interessante para o Facebook. Afinal, ele vê seus cofres engordando com os anúncios de toda parte do mundo.
A dependência que as pessoas criaram das redes para interagirem, se informarem e conhecerem novos produtos e serviços vai sustentar essas redes, incluindo o Facebook, por algum tempo no ar.
Mas enquanto isso, como essas mudanças no Facebook afetam, de fato, a relação das empresas com as redes sociais?
As mudanças
Antes, o Facebook usava sinais como quantas pessoas reagem, comentam ou compartilham posts para determinar quem estaria no topo do feed de notícias; hoje, ele tenta prever com quais posts o usuário quer interagir, e é assim que eles aparecem no feed.
Zuckerberg já havia informado ao The New York Times que espera que as pessoas gastem menos tempo no Facebook. E quer que elas tenham um tempo mais valioso na rede.
Para alcançar esse “selo” de conteúdo valioso, as empresas, se quiserem se manter no feed de seus consumidores, terão que criar um modo de interação com eles, assim, pode ser “promovida” pelo Facebook.
Uma das mudanças práticas apresentadas tem a ver com a densidade (e o tamanho) dos posts e do comentários. Textos grandes e com mais conteúdo de debate são mais relevantes. Com eles, há possibilidade de comentários e isso melhora o rankeamento do post.
Visualização passiva
Outra prática que será banida pelo Facebook é um dos maiores vícios do internauta, principalmente aquele que navega pelo mobile. É a visualização passiva da rede social, ou seja, quando o usuário simplesmente fica deslizando o seu feed de forma constante sem realmente prestar atenção e dar valor ao conteúdo que está sendo exposto. Esse comportamento não é saudável no ponto de vista do Facebook, nem para as empresas que estão presente na rede social e muito menos para o próprio Facebook, pois isso gera desinteresse na rede.
Os meios de comunicação também sofrem com as alterações
As chamadas fake news, notícias falsas, conseguem maior engajamento do que as notícias verdadeiras. Esse é um problema para veículos de comunicação de verdade. E um grave problema social que interfere no grau de informação de conhecimento da população mundial.
Muitas empresas de imprensa no mundo todo já vinha percebendo a diminuição do alcance de seus posts. Essa realidade só piora com o novo algoritmo do Facebook.
A Folha de São Paulo, antes de abandonar a rede social, no início do ano, registrou queda no engajamento. E não só em sua página, mas em grandes veículos do país. Em um levantamento que media o total de interações (compartilhamentos, comentários e curtidas) obtido pelas dez maiores páginas de jornais brasileiros no Facebook, o volume caiu 32% em fevereiro de 2018, na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O desafio para quem ficou na rede é conseguir a relevância esperada pelo Facebook para ficar no feed dos leitores.
Facebook ou Instagram: existe uma rede ideal para sua empresa?
Downvote
As mudanças no Facebook incluem o botão “downvote”, que tentará segurar as fake news. Ele está disponível para páginas públicas e serve para os usuários se manifestarem com relação aos comentários deixados nos posts. São três as opções de classificação: ofensivo, enganoso ou off-topic (fake news).
Como as empresas podem se adaptar a tantas mudanças no Facebook
A primeira conclusão a ser tirada com essas mudanças no Facebook é: não dependa somente do Facebook. Porém, como ele ainda é a rede social mais acessada do planeta e não deixará de ser tão cedo, algumas adequações podem ajudar na relação das empresas com as redes sociais.
- Diversifique os conteúdos: um bom conteúdo, com temas relevantes, foto de qualidade, vídeo bem produzido e link externo, é suficiente. Tudo isso atrai o internauta e estimular a interação dos usuários;
- Facilite a interação: crie perguntas e enquetes, faça vídeos interativos, mantenha o usuário em contato com sua página;
- Facebook Live: é a principal ferramenta para conseguir engajamento e interação do público, mas não deixe as pessoas falando sozinhas, responda, ainda ao vivo, aos comentários e aproveite-os para criar ganchos para novos temas;
- Gerenciamento de grupos: os grupos só podiam ser criados e gerenciados por pessoas; hoje as páginas de empresas também podem. Isso possibilita a abertura de um grupo para discussão de temas relevantes a seu negócio, mas sem ser necessariamente sobre a própria empresa;
- Apresente a opção “Ver Primeiro”: se o usuário tiver real interesse no conteúdo de determinada página, ele pode ir até ela e selecionar a opção “Ver Primeiro” no botão “Seguindo”. Assim, o Facebook deixará as postagens aparecerem no feed;
- Facebook ADS: o mais óbvio, mas talvez o mais importante recurso seja o Facebook ADS. Com os anúncios, você escolhe o público-alvo que quer atingir. O próprio Facebook levará seu conteúdo até ele e vai melhorar a relação das empresas com as redes sociais.
Para não ter problemas com essa nova fase e as mudanças no Facebook, conte com a Platz.